Excetuando algumas das loiças das casas de banho e dos restos de azulejos cravados nas paredes, este casarão encontrava-se desprovido de recheio ou objetos. Por curiosidade, enveredei pela pesquisa na web com o objetivo de perceber quem eram os proprietários e habitantes deste casarão desabitado e inserido numa quinta que outrora já teve mais de 300 hectares. Não chegando a muitas conclusões nem conseguindo chegar ao real proprietário foi, com toda a certeza, identificado o nome da família que detinha a sua titularidade.
Ligada á nobreza e ás elites políticas defensoras da causa monárquica esta família, de origem espanhola, criou fortes laços - através de casamentos - com outras famílias ricas da zona, gerando fortes ramificações em Portugal.
Como a pesquisa não foi eficaz e o prepósito não é expor em detalhe a história deste casarão e respetiva quinta, retoma-se a frase inicial para refletir sobre os vazios que se encontram em muitos lugares de incursões de urbex. Este casarão, com as suas grandes e pequenas divisões esvaziadas de conteúdos, é um dos locais ideais para uma pequena abordagem sobre a substância do vazio.
Por vezes são estes lugares vazios, desprovidos de gente e de coisas, que enriquecem a essência da exploração urbana: espaços inóspitos cujos ares povoam de tristeza e silêncio todas as divisões e qualquer canto ou esquina.
Mas também existe alegria nos vazios quando os coloridos pintam as paredes de algumas divisões e os tetos sobressaem com finos pormenores trabalhados.
Entre entrâncias de luz, claridade ou forte obscuridade o ambiente dos vazios reconverte-se ou transforma-se. Mas a sua riqueza mantém-se! Além disso, é bem audível o som destes ambientes vazios e silenciosos… No momento em que se visionam os filmes com áudio, ficamos perplexos com o som registado em espaços com estas características.
E como espaços e áreas se tornam muito maiores onde existem puros vazios! A presença de mobiliário ou de outros objetos atrapalham o vazio, limitam a sua abrangência e comprometem o seu nativo ambiente.
VÍDEO
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