A boda era o momento alto que os noivos ofereciam aos seus muitos convidados que se encontravam distribuídos pelos dois recintos cobertos e pelos espaços descobertos que faziam parte da quinta.
A conversa era muita e os risos muitos mais. A noiva divertia-se a observar as solteiras todas reunidas e a atropelarem-se estericamente na tentativa de apanhar o ramo de noiva, num desejo comum de quererem ser a próxima. Com um charuto numa mão e um copo de gin na outra, o alegre noivo escutava anedotas dos seus amigos convidados que, também eles esfumaçavam e bebiam desalmadamente ao mesmo tempo que falavam e esbracejavam.
Noutra área da quinta, ao ar livre com bancos, árvores e flores, alguns convidados algo enfastelados encontravam-se sentados e mantinham conversas que o enorme ruído proveniente dos interiores dos recintos cobertos impossibilitava a sua audição.
Ali perto, um espaço de brincadeira para os mais novos estava completamente ocupado pelos filhos dos casais convidados. Também eles alteava a sua voz por entre muita gritaria, estivessem eles a correr, a baloiçar ou a utilizar os brinquedos disponibilizados pelos proprietários da quinta.
Desconheço as estatísticas mas acredito que não irão contrariar a minha afirmação de que no mês de Janeiro os casamentos com boda são coisa rara. Por isso, escolhi precisamente esse mês para visitar a quinta dos eventos, contando não ser surpreendido com a realização duma festança de casamento ou de outro acto comemorativo qualquer.
E não! Não havia ninguém nesse dia de Janeiro como certamente não terá havido alguém desde há muitos meses atrás. Apenas os espaços, cobertos e fechados, por ali permaneciam na companhia de outros haveres móveis.
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