Pages

28 julho 2021

Perdidos no Tempo - Exposição de fotografia

De máquina fotográfica em punho entro em lugares que pertencem ao passado... 
Vou registando no cartão de memória enquanto observo, em redor, espaços ou divisões que outrora tiveram a sua funcionalidade. E também me interrogo sobre as vivências e rotinas da gente que ali habitou, trabalhou ou apenas passou. Tenho como resposta uma barreira de silêncio por parte de utensílios, máquinas, móveis, artefactos e outros objectos, numa espécie de pacto concertado de recusa na revelação das histórias de vida que esta legião de inanimados testemunhou. 
O desafio que lugares e coisas nos lançam é o de reconstituir histórias com base naquilo que é observado, encontre-se ele no seu maior ou menor estado de decadência ou de esquecimento. Mas todos eles guardam memórias e histórias perdidas na distância do tempo, as quais sucumbirão no momento do desaparecimento definitivo dos sinais materiais da sua existência. Por muitas e diferentes razões tratam-se de lugares que ficaram adiados e suspensos na sua evolução, acabando muitas vezes por ser considerados inúteis. Até se saber o que fazer com eles é tempo mais que suficiente para se desencadear o processo de decadência. O colapso estará eminente e será acelerado. 
Na angústia da sucessiva degradação e enquanto aguardam pelo seu fim ou pelo recomeço eles encontram-se PERDIDOS NO TEMPO. 


 

0 Comments:

Enviar um comentário