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28 julho 2021

Perdidos no Tempo - Exposição de fotografia

De máquina fotográfica em punho entro em lugares que pertencem ao passado... 
Vou registando no cartão de memória enquanto observo, em redor, espaços ou divisões que outrora tiveram a sua funcionalidade. E também me interrogo sobre as vivências e rotinas da gente que ali habitou, trabalhou ou apenas passou. Tenho como resposta uma barreira de silêncio por parte de utensílios, máquinas, móveis, artefactos e outros objectos, numa espécie de pacto concertado de recusa na revelação das histórias de vida que esta legião de inanimados testemunhou. 
O desafio que lugares e coisas nos lançam é o de reconstituir histórias com base naquilo que é observado, encontre-se ele no seu maior ou menor estado de decadência ou de esquecimento. Mas todos eles guardam memórias e histórias perdidas na distância do tempo, as quais sucumbirão no momento do desaparecimento definitivo dos sinais materiais da sua existência. Por muitas e diferentes razões tratam-se de lugares que ficaram adiados e suspensos na sua evolução, acabando muitas vezes por ser considerados inúteis. Até se saber o que fazer com eles é tempo mais que suficiente para se desencadear o processo de decadência. O colapso estará eminente e será acelerado. 
Na angústia da sucessiva degradação e enquanto aguardam pelo seu fim ou pelo recomeço eles encontram-se PERDIDOS NO TEMPO. 


 

05 julho 2021

Chernobyl Exclusion Zone – Pripyat’s house boat

Mais conhecido por “barco casa”, este pequeno navio é o modelo debarkader D-241 que funcionava como cais flutuante transportando passageiros e mercadorias ao longo dos rios Pripyat e Dnieper. Assim, era possível navegar de Kiev a Pripyat, ligando a capital a Chernobyl e até mesmo à Bielorrússia. 
Normalmente este barco encontrava-se atracado na estação fluvial rio Marina localizada no lago artificial Yanovsky Zaton e próxima do Café Pripyat. 
Após o desastre de Chernobyl, este barco de dois andares flutuou à deriva e deslocou-se cerca de 300 metros a este da estação, acabando por ficar preso na margem do lago. 
Hoje por ali se mantém, enferrujando e afundando lentamente...  


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