O Hospital Municipal de Pripyat № 126 situava-se nos arredores da cidade e tinha capacidade para 410 camas. Integrava um complexo de polivalências interligadas e relacionadas com cuidados de saúde, designadamente, maternidade, enfermaria de doenças infecciosas, clínica odontológica e morgue.
Na noite da explosão nuclear, bombeiros, equipas de resgate e trabalhadores da central foram inicialmente tratados neste hospital por exposição às radiações. As suas roupas ainda permanecem na cave do hospital e nunca foram removidas por conterem elevados níveis de radiação, sendo considerado o lugar mais perigoso de Pripyat.
Nos diferentes pisos e divisões do hospital é ainda possível observar instrumentos médicos, material hospitalar e documentação relativa a procedimentos médicos e a pacientes que ali foram tratados.
Na entrada do hospital existe uma pequeno pano rasgado do fato dum bombeiro, o qual emite 1 roentgen por hora. Os níveis de radiação abaixo de 30 micro roentgens são considerados normais (1 roentgen = milhão de micro roentgens).
No site Chernobyl Explorer é relatado o testemunho de um assistente médico, médico sénior, T. Marchulate, que relembra a trágica noite de 26 de abril de 1986 no Hospital Pripyat: “Olhei para o despachante da ambulância Moslentsov. As lágrimas literalmente fluíam de seus olhos. Houve um rugido no hospital. As vítimas da central nuclear de Chernobyl que foram hospitalizadas começaram a vomitar. Eles precisavam de ajuda urgente, mas não havia equipe médica suficiente. Fiquei surpreso com o facto de muitos dos pacientes inscritos estarem vestidos com roupas militares. Eles eram bombeiros. O rosto de um era roxo, o outro - pelo contrário, branco como uma parede, e muitos deles tinham o rosto e as mãos queimados; alguns feridos estavam tremendo. Não era uma visão para quem tem coração fraco mas eu tinha que trabalhar. Pedi aos recém-chegados que colocassem seus documentos e objetos de valor no parapeito da janela. Não havia ninguém para registar tudo isso como deveria ser ... O departamento terapêutico recebeu um pedido para que ninguém levasse nada, nem mesmo um relógio de pulso - todas essas coisas, ao que tudo indica, já tinham sido contaminadas por radioatividade. Parte do departamento terapêutico estava sendo consertado e o resto estava completamente lotado de pessoas. Então decidimos deixar aqueles que estavam lá antes do acidente irem para casa apenas de pijama de hospital. A noite estava quente.''
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