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29 outubro 2019

Chernobyl - Zona de Exclusão - Drone Tour 2019


O vídeo e a fotografia aérea oferecem uma perspectiva mais ampla e diferente, complementando os registos tradicionais. 
Fica-se com uma noção diferente e bem real da dimensão da área e do tamanho das coisas, sobretudo quando se observa uma cidade povoada e invadida pela força da natureza. 
Foi gratificante a possibilidade de efectuar recolha de imagens através da câmera de um drone lançado sobre a zona de exclusão de Chernobyl. 
Nos três dias de estadia, reservou-se algum do pouco tempo disponível para levantar o drone a partir de diferentes pontos, resultando daí um conjunto de elementos de imagem em vídeo e fotografia. 
Eis a partilha de uma composição de vídeo e de algumas fotos.  












24 outubro 2019

Chernobyl e a zona de exclusão - parte 2


Temos um belo planeta e rapidamente podemos perdê-lo... 
Pripyat foi fundada em 1970. Ainda mal terminava sua infância e a cidade sucumbia dezasseis anos depois, vítima do mais grave acidente nuclear da história. 
A cidade viu perder todos os seus habitantes, novos e velhos, que foram forçados a largar tudo o que tinham sob pena de, também ali, perderem as suas vidas. Não significa que, mais cedo ou mais tarde e já noutras paragens, ao longo dos 33 anos já passados muitos deles tenham morrido devido à exposição aos elevados níveis da radiação que invadiu a cidade. 
Apesar da vegetação que alastra sem pedir licença, apesar da vida animal que se vai consolidando face à ausência de humanos, Pripyat permanece num silêncio arrepiante desde que o último habitante se afastou para não mais voltar. 
Não foi só a cidade de Pripyat! Dezenas de aldeias mais antigas e seculares também foram despejadas de vida. Os seus hábitos e costumes esvaíram-se para sempre. 
Nesta 2ª parte da publicação são apresentadas imagens de sítios existentes em Pripyat e em aldeias mais próximas ou mais afastadas, todas situadas no perímetro da zona de exclusão. 
Recordando ainda que outras publicações de fotos e vídeos se seguirão, sendo dedicadas em específico a um determinado local.




















19 outubro 2019

Chernobyl e a zona de exclusão - parte 1


Há precisamente um mês estava em Chernobyl, na zona de exclusão...

Não obstante o objectivo da viagem, este vasto lugar merece o respeito e a homenagem por todos aqueles que padeceram na sequência do catastrófico acidente bem como pelos milhares de pessoas que directa ou indirectamente sofreram de muitas e diversas formas (e continuam a sofrer). Esta consciência esteve sempre presente durante o tempo de permanência na zona de exclusão.

Foram 3 dias intensamente preenchidos no registo de fotografia e video em mais de três dezenas de lugares. Pripyat, Chernobyl, zona da central nuclear, centro de comunicações (Chernobyl 2) e pequenas vilas mais próximas ou afastadas, são as zonas que integram os locais visitados.

E porque é muita a quantidade de fotos e videos obtidos, decidi fazer uma primeira publicação com metade dos locais visitados (uma foto por cada lugar). Na próxima publicação será partilhada a outra parte.

Outras publicações de fotos e vídeos se seguirão, sendo dedicadas em específico a um determinado local.





















06 outubro 2019

O pavilhão do atleta

Através de janelas com vidros partidos ou do telhado esburacado, os pombos lá encontraram forma de invadir o interior do pavilhão do atleta, um espaço polivalente onde predominavam as actividades desportivas.
Nunca pensei no motivo que leva os pombos a refugiarem-se nestes lugares mas presumo que o seu "stress" citadino justifique a necessidade de isolamento num sítio em que ninguém os incomode. E nada melhor que um lugar sem ninguém!
Eles entram e poisam sobre a estrutura metálica que suporta a cobertura do pavilhão. Dali lançam os seus dejectos que caiem no rectângulo de jogo, formando-se um piso de bosta que forra por completo o ringue onde outrora se praticaram várias modalidades desportivas.
Os pombos são elementos activos nos actos de deterioração dos espaços mas se eles entram nos lugares é porque encontram uma via aberta para tal. No entanto, pior que os pombos são os que entram a seguir...
Existem sempre razões que explicam o facto de lugares e coisas entrarem num estado de devolutez ou de descontinuação. No caso deste pavilhão, a sua grandeza de espaço à época da sua construção transformou-se em evidente pequenez e falta de condições após umas décadas de anos. A construção de novos espaços com novas dimensões e maior polivalência vitimizou-o, pois embora tivesse funções equivalentes, tornou-se reduzido em termos de espaço e acondicionamento.
O que era grande agora é pequeno... Daí até serem considerados inúteis é um passo! Até se saber o que fazer com eles é tempo mais que suficiente para fazer evoluir o processo de decadência e de deterioração.
As fotos registam o estado do pavilhão do atleta num dos muitos e longos dias daquele processo contínuo de deterioração. Poucos anos depois esse processo foi interrompido com a recuperação do imóvel e do espaço. 
Muitas vezes é assim: a decadência germina a requalificação.