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16 dezembro 2019

Natal Urbex


No Urbex o Natal não é só em dezembro! 
Em fase de quadra natalícia lembrei-me de procurar registos no vasto arquivo de imagens que contivessem objectos ou símbolos alusivos ao Natal. 
Pois bem! Em spots já visitados em diferentes meses e anos encontrei elementos que se identificam bem com a época: a árvore de natal e seus acessórios decorativos, o centro de mesa e o pai natal. 
Nesta última publicação do ano aqui partilho algumas dessas fotos, aproveitando para desejar boas festas e um ótimo 2020.  
















09 dezembro 2019

Urbex 2019 - O vídeo das incursões


2019 está quase a terminar e nada melhor que sintetizar a actividade urbex num vídeo com fotos relativas aos spots visitados ao longo dos doze meses. 
Muitas das visitas foram efectuadas com companheiros que gostam deste tipo de aventura e fotografia, aos quais agradeço pela partilha dos momentos. 
Foram bastantes horas ocupadas na exploração urbana, desde o tempo gasto na pesquisa de potenciais lugares, tempo para a deslocação e visita, adicionando-se-lhe ainda o tempo necessário para a selecção e arquivo dos registos de fotografia e vídeo. Sem contabilizar o tempo para o tratamento e edição das imagens... 
Muito tempo! E também centenas de quilómetros percorridos em busca dos lugares/pontos espalhados entre o norte e o sul do país. Este ano essas centenas foram convertidas para milhares ao incluir a extraordinária viagem à Ucrânia visando a visita da zona de exclusão de Chernobyl. 
Os spots visitados compreendem diferentes motivos e o seu estado de degradação é bem variável. Nada melhor que visualizar o vídeo que mostra cerca de centena e meia de imagens, correspondendo cada uma delas a um dos pontos visitados. 










03 dezembro 2019

Pesos pesados...


Um spot urbex de pesos pesados! 
Na verdade, no local resta apenas aquilo que é mais difícil de retirar pelas mãos dos larápios: pesados maciços de ferro e aço que integravam a maquinaria da captação e tratamento de água. Não fosse isso e o lugar estaria definitivamente vazio... 
Vestígios de roubo e de vandalismo é algo que se pode constatar nos lugares decadentes. Pena seja que a ordem de visitas a tais espaços esteja trocada: primeiro entram os ladrões logo seguidos dos que apenas têm o incompreensível prazer de destruir tudo o que vêem. Só depois entram os "exploradores urbanos" munidos de câmara fotográfica para captar o cenário que já se encontra bastante devastado. Evidentemente que os dois primeiros tipos de intrusos eram dispensáveis na sua existência. Aliás, a sequência de incursões e os seus protagonistas merece por si só uma reflexão que talvez possa ser objecto de uma publicação futura. 
Ora, tratando-se de objectos bem pesados, é bem provável que o seu posicionamento não tenha sofrido muitas movimentações em comparação com a disposição original de quando as máquinas trabalhavam. Não estou a ver os urbexers "criativos" a mudá-las de lugar para fazerem o seu cenário... 






























  

20 novembro 2019

A ermida do outeiro


Em tempos remotos, um homem percorria um trilho em direcção ao litoral. Vinha do interior sul e já tinha uns bons quilómetros nas pernas sem qualquer pausa e descanso. Os campos verdejantes ostentavam a primavera que era mas estava bastante calor nesse dia. 
Teimava em avançar sem parar mas o seu destino ainda ficava distante e as forças começavam a exigir uma pequena paragem para restabelecer a energia. Chegado a uma vasta área plana, avista ao longe um pequeno outeiro com algumas árvores. O caminho que o orienta vai mais ou menos na sua direcção e vê ali um local ideal para descansar um pouco. Chegado ao outeiro, apenas bastou umas dezenas de metros para desviar do caminho e dirigir-se até ao pequeno aglomerado de árvores. Poisou a sua sacola onde trazia alguns haveres, comida e água. Tirou o chapéu, fechou os olhos, limpou o suor da testa e do rosto até voltar a abrir os olhos e percorrer com eles toda a paisagem constituída por um grande campo plano e verde ladeado por pequenos montes. Sem tirar os olhos daquela natureza, sentou-se "saboreando" a melancolia e paz que lhe invadiram também o seu interior e o fizeram estender-se sobre as verdes ervas. Deixou-se dormir e só na manhã seguinte é que acordou, sem fome, sem sede, sem cansaço e cheio de energia para continuar o caminho... 
Obra de algum dom divino, as dádivas que aquele sítio lhe ofereceu não o deixaram prosseguir, tal eram reconfortantes o seu estado físico e mental. Decidiu ali permanecer por mais algum tempo para continuar a alimentar-se daquela tranquilidade e reflectir sobre o porquê da inesperada leveza espiritual em que se sentia. Estranhamente, a fome e a sede não o atacavam... Ao terceiro dia o seu sossego foi interrompido pela aproximação de um casal que, ao passar no caminho em direcção a uma aldeia próxima que habitavam, viram o homem e a ele se foram chegando, perguntando-lhe se necessitava de cuidados. 
Ele contou-lhes sobre a sua proveniência e destino, sobre os efeitos da paragem no local que atribuiu a alguma intervenção divina e miraculosa que o retivera ali, fazendo com que perdesse a vontade de prosseguir viagem. Disse ainda que já tinham passado três noites desde que ali chegara e que não teve necessidade de se alimentar. 
O casal, homem e mulher, mostraram alguma surpresa com a narração que o homem viajante lhes fez e afirmaram que já descansaram várias vezes no local e, também eles, tiveram sensações semelhantes mas menos intensas. Comentaram que talvez o sítio tivesse atributos sagrados e que por isso deveria ali ser edificada uma ermida em veneração a um santo. O homem viajante concordou de imediato com a ideia afirmando que, de certeza, o motivo da sua permanência estava relacionado com alguma tarefa de que fora incumbido de realizar naquele local e que ainda não tinha conseguido identificá-la. Para ele, aquele homem e aquela mulher eram anjos que Deus lhe enviara ao caminho para o ajudarem a decifrar a mensagem dívina: construir uma ermida em veneração a São Cristovão dos Viajantes do Outeiro. Centrada sobre a forma e os meios de levar a cabo tal empreitada de construir ali uma ermida, a conversa continuou por mais algum tempo, terminando com um convite do casal dirigido ao homem viajante para deles ser hóspede na casa que habitavam na aldeia próxima e lá continuar, com o auxílio do casal, a efectivar a tarefa que lhe foi atribuída. 

Nota: qualquer semelhança com a verdadeira história desta ermida é pura coincidência. 

Muitos anos depois, a ermida ainda por lá se encontra no estado que o video e as fotografias sugerem...