Como se agora já não houvessem férias! Observo estas instalações que já foram uma colónia de férias desprovidas de vida e movimento, bem diferente daquelas que frequentei na minha infância e que recupero da memória para comparar com este cenário algo desolador.
As camaratas eram como pequenos lares temporários, onde se criavam amizades traduzidas em brincadeiras e atividades partilhadas. Mas o ar livre era o espaço natural para que essas brincadeiras e jogos tivessem maior expressão para nos manterem ativos e felizes.
Além disso, as atividades programadas eram sempre aglutinadoras e emocionantes: idas à praia para fazermos tomarmos banho e passear á beira do mar, competições desportivas, teatro, cinema e dança.
O refeitório era o lugar onde compartilhávamos refeições, umas melhores que outras, e conversas animadas próprias da idade.
A estadia na colónia de férias dava-nos a oportunidade de aprender algo de novo e desfrutar da natureza em redor.
Agora restam as camaratas com camas bem alinhadas mas com lençóis e cobertores desarromados e enrodilhados, os espaços exteriores vazios e mal tratados e não resta nada de comida na cozinha do refeitório…
As zonas de lazer espelham esta desertificação e só lá sobrevivem, na parede, as pinturas de cactos e duma figura mexicana com o seu típico sombrero.
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