Desta fábrica, apenas restam ruínas e madeira carbonizada…
Tal como muitas outras, a Fábrica de Papel do Boque, situava-se na margem do rio visando o aproveitamento da água para a sua laboração. E tal como esta, muitas outras fábricas tiveram o seu auge e o seu fim mais ou menos semelhante, pelo menos no que respeita às causas que levaram à sua desativação.
O início da construção dos edifícios ocorreu, numa primeira fase, em 1861 e, passados sete anos, foram instaladas as primeiras máquinas. Na segunda fase, em 1879, foram ampliadas as instalações. Daí que a vasta área edificada ao longo da margem do rio Ceira, apresente variações nos traços arquitetónicos, uma vez terem sido construída em épocas diferentes.
Já no princípio do século XX foi montada uma máquina a vapor com duas caldeiras visando a laboração contínua, sendo a primeira do género a ser instalada em Portugal.
A actividade laboral cessou em 1986, culminando com o encerramento definitivo da fábrica. Se no início da sua laboração a fábrica apresentava forte potencial com as tecnologias utilizadas, bem superiores a outras instalações equiparadas, já nos finais as mesmas denotavam ser obsoletas e ultrapassadas, revelando uma falta de investimento que a condenou e a levou ao seu fim.
Para além de outras causas, a intempérie invernosa de 2001 e incêndio florestal de 2017, impediram de forma definitiva as intenções do seu aproveitamento como espaço museológico que reflectisse a memória da indústria do papel.
Só restam imagens!...