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10 outubro 2022

A fábrica do quase nada

Já passaram uns bons anos desde que fotografei parte das instalações onde laborou uma fábrica de lanifícios. Nessa altura, ainda existiam alguns resquícios que permitiam identificar a actividade ali desenvolvida mas agora nada mais existe para além das escuras paredes ou do granito que sustém o edifício. 
Agora o vazio encontra-se associado à escuridão que há muito ocupou o espaço e os focos de luz surgem envergonhadamente através da ramagem da verde vegetação que tenta espreitar para dentro através das janelas parcialmente desprovidas de vidros. 
Retenho as peças de madeira formatadas em geometria circular e espalhadas sobre uma bancada, também ela feita do mesmo material. Tiveram certamente a sua função na indústria da lã mas a disposição como ali se encontravam deixava mais a entender que foram recentemente usadas por algum malabarista de circo...