Inaugurada em 1980 nos arredores de Pripyat, a fábrica Júpiter empregava cerca de 3500 pessoas e funcionava como filial da fábrica Lighthouse sediada em Kiev. Logo a seguir à Central Nuclear, esta fábrica era o segundo empregador na área.
A construção da fábrica em Pripyat deve-se ao facto de ser aproveitado o “know how” existente na zona, pois muitas pessoas que habitavam a cidade tinham formação universitária. Na fábrica trabalhavam muitas mulheres, considerando-se que elas tinham habilidades motoras finas mais desenvolvidas, de modo que trabalhariam melhor em pequenas peças para gravadores e outros equipamentos semelhantes. No entanto, só eram admitidas na fábrica as pessoas que não tivessem parentes a trabalhar na Central Nuclear.
A fábrica era constituída um por uma vasta área composta por edifícios administrativos, industriais e auxiliares. O edifício mais alto da fábrica, onde se localizavam a parte administrativa e compercial, tinha uma bela vista sobre as florestas de pinheiros da Polésia, os radares do comlexo Chernobyl-2 (também conhecido por Duga Radar) e parte dos edifícios da cidade de Pripyat. Toda a área da do complexo fabril era vedado por uma alta cerca e com arame farpado electrificado.
A Fábrica Júpiter produzia gravadores de cassetes e componentes para electrodomésticos. Algumas fontes afirmam que jamais algum gravador tenha saído da fábrica, na qual se produziam, secretamente, semicondutores e eletrónicos para a indústria militar. Novos materiais foram testados em laboratórios e oficinas. Um departamento de robótica desenvolveu vários sistemas robóticos.
Acreditava-se ainda que a fábrica produzia peças para mísseis nucleares intercontinentais com a ajuda de plutônio, o qual era era produzido como subproduto na Central Nuclear de Chernobyl, algo que não parece plausível porque tal tipo de actividade era desenvolvido em instalações distantes de qualquer povoação, isoladas de estradas principais, escondidas no interior de florestas selvagens, mantidas em segredo e fortemente protegidas.
Após o desastre de Chernobyl, em 1986, a fábrica foi usada pela empresa Spetsatom, num laboratório radiológico para testes de várias técnicas de descontaminação e desenvolvimento de instrumentos dosimétricos. Muitos detalhes do da cobertura do reactor Nº 4 foram projetados neste local. Em 1996 cessou definitivamente a actividade. Em algumas zonas da fábrica, especialmente no porão (alagado com água em 2012), os níveis de contaminação radioactiva permanecem elevados. Em toda as áreas de implantação da fábrica ainda é possível observar um vasto número de electrodomésticos, objectos interessantes, utensílios domésticos e carcaças de autocarros.
Fontes:
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