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17 dezembro 2020

Urbex 2020 - O video dos spots

Apesar de algumas restrições e cancelamentos que ocorreram durante este ano atípico, 2020 fecha com muitos pontos urbex visitados e ainda mais quilómetros percorridos! 
Desde Fevereiro de 2014 que não falhou um único mês para fazer pelo menos uma investida de exploração urbana. Foram 83 meses ininterruptos neste tipo de fotografia, de aventuras, de deslocações... 
O arquivo fotográfico e de vídeo está cheio de registos para serem publicados e partilhados no futuro. 
Por ora, fica uma síntese em vídeo dos “spots” visitados ao longo de 2020.  









11 dezembro 2020

Chernobyl: Pripyat - Escola Elementar Nº 3

Situada perto da piscina Lazurny, a Escola Elementar Nº 3 era a maior das cinco de ensino secundário existentes na cidade de Pripyat. 
Ainda são bastantes os vestígios da actividade escolar desenvolvida nas instalações, como livros, cadernos, cadeiras, e mesas, entre outros objectos. 
Mas o que mais impressiona é a quantidade de máscaras espalhadas no chão de uma das salas. Consta-se que foram ladrões que as trouxeram para ali com o objectivo de retirarem delas pequenas quantidades de prata que existiam nos filtros. 
Em 26 de Abril de 1986, dia da explosão, as aulas não foram canceladas embora os alunos tenham sido autorizados a sair mais cedo. 
Para não mais lá regressarem...




VIDEO

  






























24 novembro 2020

O chalé do sul

Pipinha pediu a um dos criados que lhe levasse um cadeirão para a pequena torre cónica do chalé, o seu local de eleição por ali poder respirar os ares do mar que se encontra relativamente próximo e também porque é nele que o seu companheiro navega dias e dias a fio. 
Olhando em redor por entre as janelas da torre e permanecendo em pé horas sucessivas, os seus membros inferiores estavam exaustos e, por isso, o cadeirão foi a solução para se manter por lá sem cansaços nos muitos dias de ausência do marido. 
Pipinha passava muitos períodos de tempo em grande solidão porque seu amado tinha uma actividade que o obrigava a muitas temporadas de ausência. A marinha mercante impunha ao homem um ritmo de navegações constantes entre o continente sul americano e o europeu. Felizmente os rendimentos que auferia na sua actividade eram consideráveis e permitiam-lhe compensar Pipinha pela sua ausência com todas as comodidades possíveis e extravagâncias que ela desejasse, logo começando pela excelência das condições oferecidas pelo secular palacete, comprado para ali se acomodar com a sua dama. 
Este palacete encontrava-se isolado e rodeado de jardins e terrenos. Tinha divisões bastante amplas com paredes e tectos trabalhados sob madeira ou gesso e ornamentados com pinturas bem coloridas. Longos corredores interligavam as diferentes divisões. O acesso ao compartimento circular da torre fazia-se por uma escadaria bem iluminada, graças à claraboia existente no topo, também ela redonda. 
Todos os trabalhos dentro e fora do palácio eram efectuados por um conjunto de criados contratados pelo marido. Pipinha não precisava de se preocupar com nada. 
Mas a penosa solidão de Pipinha fazia com que o tempo custasse muito a passar... Ela não tinha vizinhos nem amizades próprias e profundas com outras pessoas. O seu mundo eram as paredes do palacete, o seu companheiro quando presente e a solidão quando ele estava ausente. As amizades que existiam provinham exclusivamente do lado do seu companheiro e só quando ele estava presente é que o palecete enchia de gente, de risos e conversas ruidosas. Para além dos criados, obviamente! Era essa mesma gente, amiga do marinheiro mercante, que participava em grandes festas que ele organizava e onde nada faltava: tudo de bom e do melhor. 
Verdade seja dita que no pouco tempo que o homem permanecia no palacete, as suas atenções eram exclusivamente viradas para Pipinha. Daí a conformação e sacrifício dela perante os longos períodos de tempo sob isolamento. 
Numa determinada altura os níveis de ansiedade de Pipinha começaram a aumentar porque o regresso do seu amado tardava mais que o habitual... 
O porquê do não regresso surgiu passados uns dias: o sossego do palacete foi interrompido pela inesperada incursão de agentes de autoridade que, sob ordens judiciais, efectuaram buscas na propriedade e confiscaram bens, alegando que o homem da marinha mercante se encontrava detido por denúncias de tráfico de droga. 
Pipinha acabou por ser obrigada a sair do majestoso chalé e a levar com ela a sua solidão.
Por entre tudo isto, as únicas verdades são que o palacete existiu e foi-se deteriorando, acabando por ser incendiado uns anos mais tarde... Talvez por retaliação e ajuste de contas em negócios escuros e inacabados!